ATA
DA QUINTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA
TERCEIRA LEGISLATURA, EM 22-01-2004.
Aos
vinte e dois dias do mês de janeiro de dois mil e quatro, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi
efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Carlos Alberto
Garcia, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Raul Carrion e Zé
Valdir, Titulares. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Clênia
Maranhão, Darci Campani e Luiz Braz, Titulares. Constatada a existência de
quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Do EXPEDIENTE
constaram os Ofícios nos 10622022, 10622467, 10623544, 10624052, 10626374,
10630043, 10670852, 10670858, 10671046, 10671142, 10671161, 10671198, 10671386,
10671510, 10671573, 10671581, 10671661, 10671650, 10671668, 10672089, 10672119,
10672189, 10672205, 10674402, 10674603, 10674606, 10680033, 10684119, 10684316,
10685055, 10695714, 10693632, 10692140, 10691676, 10732300, 10732612, 10733475,
10733724, 10734993, 10736158, 10736162, 10737062, 10737066, 10737620, 10737678,
10737982, 10745367, 10752278, 10752414, 10753420, 10753680, 10753866, 10754398,
10757470 e 10757557/03, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do
Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, tendo em vista
solicitação efetuada pelo Vereador João Antonio Dib durante a Quarta Reunião
Ordinária, o Senhor Presidente procedeu à entrega, a Sua Excelência, de cópia
da Emenda nº 15 à Lei Orgânica (Processo nº 1948/99), que altera o artigo 91 da
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, incluindo, na ordem sucessória para
substituição do Prefeito, o Procurador-Geral do Município. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador João Antonio Dib, declarou que, durante o corrente ano, na condição de
integrante da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, buscará
uma maior fiscalização das aplicações dos recursos públicos pelo Governo
Municipal. Também, analisou Ofícios constantes na agenda da presente Sessão,
referentes à liberação de recursos financeiros pelo Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Na oportunidade, por solicitação do Vereador João Carlos
Nedel, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Padre
Francisco Nicolau Scheibel, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade e
Assessor Eclesiástico do Movimento de Cursilhos de Cristandade - MCC, falecido
ontem. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel manifestou-se sobre Veto
aposto pelo Executivo Municipal ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 023/01, que institui o estímulo por sensibilidade social no âmbito de Porto
Alegre. Nesse sentido, afirmou que esse Projeto não retira recursos da
Prefeitura, mas incentiva a participação da comunidade na solução efetiva dos
problemas sociais enfrentados pelo Município. O Vereador Raul Carrion criticou
Ordem de Serviço emitida pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e
Regional, que limita o transporte gratuito para idosos a viagens em ônibus
comuns. Ainda, registrou o transcurso, ontem, dos vinte anos do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, discorreu sobre o IV Fórum Social Mundial
e comentou possibilidade de desapropriação compulsória enfrentada por famílias
carentes da Rua Atílio Superti. O Vereador Zé Valdir contraditou o
pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador João Carlos Nedel, referente ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/01, e analisou o sistema de
saúde pública vigente no Município, destacando questões relativas aos recursos
investidos nessa área e ao aumento de demanda observado nos hospitais da
Cidade. Ainda, historiou a origem, a filosofia e a estrutura do Fórum Social
Mundial. O Vereador Carlos Alberto Garcia discorreu sobre a Lei Municipal n°
9.188/03, originária de Projeto de sua autoria, que autoriza o Poder Executivo
a sinalizar a metragem nos locais de prática de caminhadas e corridas nos
parques da Cidade. Sobre o assunto, questionou os motivos pelos quais essa Lei
ainda não foi implantada, salientando os benefícios, em termos de sociabilidade
e de saúde, resultantes da prática regular de atividades físicas. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador João Carlos Nedel analisou fatores ideológicos encontrados
no teor dos debates realizados durante o Fórum Social Mundial, contestando a
destinação de recursos públicos municipais e estaduais para a realização desse
evento. Também, defendeu a atuação do Governo Estadual atual, no referente à
área da segurança pública, criticando a maneira como essa questão foi administrada
no período do ex-Governador Olívio Dutra. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz
comentou a participação do Governo Federal no Fórum Econômico Mundial que está
ocorrendo em Davos, na Suíça, de vinte e um a vinte e cinco de janeiro do
corrente. Ainda, manifestou-se quanto ao recesso parlamentar brasileiro, defendendo
não a redução desse período, mas a extinção do pagamento de “jettons” no caso
de convocação extraordinária das Casas Legislativas. A Vereadora Clênia Maranhão
discorreu sobre o III Fórum Social Mundial realizado em Mumbai, na Índia,
salientando a importância da participação brasileira no evento, principalmente
a do Senhor Gilberto Gil, Ministro da Cultura, e a do Senhor Luiz Inácio Lula
da Silva, Presidente da República. Nesse contexto, avaliou a contribuição do
Parlamento Municipal para os debates a serem realizados no IV Fórum Social
Mundial, que ocorrerá em Porto Alegre, em dois mil e cinco. Na oportunidade, o
Senhor Presidente registrou a presença dos Vereadores Sebastião Altavir
Ferreira, Reinaldo Wengrzynovsky e Paulo Roberto Scherer, do PP da Câmara
Municipal de Três Barras – SC, e do Vereador Isaías Batista Ilha, do PT do
Município de São Jerônimo – RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães
relatou caso de morador da Cidade, que teve sua residência incendiada e a falta
de atendimento adequado por que passou essa pessoa ao procurar assistência em
órgãos públicos municipais e estaduais. Nesse sentido, chamou a atenção para a
necessidade de estrutura pública adequada e fundos específicos para casos de
emergências e calamidades que acontecem nas comunidades carentes do Município.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Zé Valdir rebateu críticas hoje feitas pelo
Vereador João Carlos Nedel acerca da gestão do Senhor Olívio Dutra,
ex-Governador do Estado do Rio Grande do Sul, em relação à área da segurança
pública. Também, comentou matéria publicada no Jornal do Comercio, na seção
“Palavra do Leitor”, intitulada “Bons tempos, bons tempos...” de autoria do
jornalista Renato Souza, que trata da questão da segurança pública estadual. O
Vereador Luiz Braz, contraditando o pronunciamento do Vereador Zé Valdir, em
Comunicação de Líder, apontou ações do atual Governo Federal, que classificou
como copiadas de modelos do Governo do Senhor Fernando Henrique Cardoso,
ex-Presidente da República. Ainda, comentou o afastamento dos Deputados João
Batista Babá e Luciana Genro e da Senadora Heloísa Helena do Partido dos
Trabalhadores, afirmando a importância do respeito às divergências de idéias.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Darci Campani reportou-se ao discurso do Vereador
Elói Guimarães, lembrando os trâmites burocráticos exigidos para a prestação de
auxílio, por parte do Poder Público, a pessoas atingidas por sinistros pessoais,
e mencionando a participação de Organizações Não-Governamentais em situações
desse tipo. Ainda, contestou matéria assinada pelo Vereador Sebastião Melo
publicada no jornal Correio do Povo, intitulada “Revisão do Plano para todos”.
Às onze horas e quarenta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Luiz Braz, e
secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1°
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão
abertos os trabalhos da presente Reunião Ordinária da 4ª Comissão
Representativa. Conforme Requerimento solicitado por V. Exª na Reunião de
ontem, Ver. João Antonio Dib, faço chegar às suas mãos a cópia da Emenda nº 15
à Lei Orgânica, Processo nº 1948/99, que altera o art. 91 da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, incluindo, na ordem sucessória, o Procurador-Geral
do Município de Porto Alegre.
Passamos às
O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ontem, eu falei
a respeito da deterioração financeira da Prefeitura Municipal. Poderia parecer
estranho que este Vereador, que, há mais de dois anos, vem reclamando que a
Prefeitura coloca dinheiro em CDBs, reclamasse, agora, que ela não tem
dinheiro. Na verdade, eu sempre disse que todo o dinheiro arrecadado de
impostos deve ser transformado em obras de serviços para benefício daqueles que
pagaram os impostos. E a Prefeitura, em junho de 2001, tinha 180 milhões de
reais em CDBs e, em 30 de novembro do ano passado, tinha apenas 60 milhões de
reais em CDBs, totalizando cerca de 100 milhões de reais no sistema bancário. Ora,
se baixou o volume de reais nos bancos, deveríamos ter melhores condições de
obras na Cidade, e isso os porto-alegrenses sabem que não ocorreu e sabem
perfeitamente.
Nós temos sérios problemas de obras atrasadas, obras
paradas, empreiteiros não recebendo recursos. Inclusive, um dia, eu recebi um
empreiteiro - era ele só, simples pedreiro - que tinha de receber da Prefeitura
7 mil e 500 reais, e já fazia mais de um ano que ele tinha de receber por um
trabalho feito na Secretaria Municipal da Fazenda, e o dinheiro não lhe tinha
sido pago. Ele, um simples pedreiro, não era um grande empresário. E nós vemos
também as obras da Cidade bastante atrasadas. Essas obras são financiadas, a 3ª
Perimetral, por exemplo; é quase tudo financiamento, e para isso, inclusive, o
dinheiro fica em conta vinculada no sistema bancário. Eu acho que nós temos de
exigir melhores explicações do que aquelas que, até agora, são dadas.
Volto para a Comissão de Finanças e tenho
certeza de que o Presidente da Comissão, Ver. Carlos Alberto Garcia, fará um
trabalho muito bom no sentido de que a Prefeitura explique melhor a utilização
dos seus recursos. Vamos olhar o problema do sistema de drenagem da Cidade,
muito ineficiente; problemas os maiores que se possam imaginar, é porque não
tem recursos. Pior do que isso! Se não tem recursos, os recursos destinados à
manutenção da rede existente são retirados para suplementar outras verbas, e o
dinheiro está lá nos CDBs. Mesmo que sejam 60 milhões do mês de novembro, eu
não sei quanto tem em dezembro, mas posso assegurar que deve ter mais do que
isso. Eu pedi ao Secretário da Fazenda ontem, e ele não pode me dar, mas vai me
dar, eu tenho certeza disso, porque é um cavalheiro.
O mês de dezembro deve ter sido um mês
rico na arrecadação da Prefeitura: o ICMS cresce; o IPVA foi pago por
antecipação; o IPTU foi pago por antecipação. Então, deve ser um mês de muito
dinheiro na Prefeitura, mais do que seria necessário para atender aos seus
compromissos normais. Mas a Prefeitura preferiu buscar no DMAE 25 milhões de
reais para poder pagar os servidores. Agora, uma coisa estranha é que, no fim
do ano, o DMAE tivesse 25 milhões de reais - e nenhum Vereador levantou isso
aqui - para emprestar para a Prefeitura. O DMAE emprestou sem autorização do
Conselho Deliberativo. Eu estou dizendo com tranqüilidade, porque fui duas
vezes Diretor-Geral do DMAE, e era submetido às condições que me davam os
Conselheiros do Conselho Deliberativo, porque a autarquia funciona com
autorização do Conselho Deliberativo e não por decisão do DMAE. Mas trouxe 25
milhões de reais do DMAE. Será que não há nada para o DMAE fazer em obras nesta
Cidade? Claro que há! Ora, não basta dizer que 99,5% da população é abastecida
com água. Não é verdade também! Não há mais do que 97%, mas eles dizem 99,5%. E
até um dia falaram - dessas tantas publicidades que a Prefeitura faz - que
99,5% da população era abastecida com água tratada, e 26%, 27% era abastecida
com esgoto. Aí, eu tive de mostrar para eles que tinham de trocar o verbo, e
eles trocaram, são muitos corretos.
Mas eu também falei que não entendia - e
continuo não entendendo, porque ninguém me explicou, talvez a CPI da Saúde
possa explicar - por que o atendimento médico em Porto Alegre está cada vez
pior, se os recursos aumentaram. Os recursos encaminhados para a Cidade de
Porto Alegre, para o SUS aumentaram, e a Prefeitura é responsável pelo
atendimento, está deixando a população muito mal!
Eu mesmo atendi uma pessoa de 83 anos, 84
anos, que tinha uma consulta oftalmológica marcada para o fim do ano passado.
Uma pessoa de 84 anos tinha que esperar mais de seis meses para ver o estado
das suas vistas. Esse é o atendimento!
Mas os avulsos que hoje foram
distribuídos aos Srs. Vereadores, no competente trabalho da Diretoria
Legislativa, mostram que - deve ser a remessa de outubro - há uma ordem
bancária de 29 milhões, 49 mil e 253 reais para o SUS, pagamento da gestão
plena do Sistema Municipal, média complexidade. Mas há outra, que deve ser de
novembro: 29 milhões, 708 mil e 596 reais.
O Ministério da Saúde é extremamente
criterioso. Há ordens bancárias aqui de 240 reais, portanto não é uma coisa
aleatória. Como há de 240 reais, há de 197 reais e 28 centavos, de 341 mil, de
2 mil e 311 reais, 20 mil, 438 mil. Aonde vai esse dinheiro? O Balancete da
Prefeitura nenhuma vez supera os 22 milhões de reais ao longo do ano. E, no mês
de novembro, além dos 29 milhões, entraram mais 5 milhões, totalizando 34
milhões de reais para pagamento da gestão plena do Sistema Municipal de Saúde.
Tenho isso nos dados que vou oferecer à CPI da Saúde, e a Prefeitura, no seu
Balancete, não mostra mais do que 22 milhões de reais.
Eu não estou dizendo que haja desvio de
recursos. Só não está sendo explicado por que não se atende bem à Saúde, quando
há recursos para tal. Por que não se colocam na Execução Orçamentária os
valores que ingressam, os valores que saem e para onde vão?
Mas eu espero que isso a Prefeitura ainda
faça. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr.
Presidente, ontem à noite faleceu, em acidente automobilístico, o Padre
Francisco Nicolau Scheibel, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade e
Diretor Espiritual do Movimento dos Cursilhos de Cristandade. Eu solicito que
esta Casa faça um minuto de silêncio em homenagem à sua memória.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Na Reunião da Comissão Representativa de ontem houve muitos debates, e o Ver.
Zé Valdir parecia que não estava de bem com a vida: criticou, criticou,
criticou; falou mal, falou mal, falou mal. Falou do Ver. Sebastião Melo, do
Ver. Reginaldo Pujol, dos seus óculos, da minha fala aqui reclamando da
Prefeitura que vetou um projeto social de elevado interesse para a nossa
Capital. E o Ver. Zé Valdir falou ao Ver. Reginaldo Pujol que o problema não
era dos seus óculos: o problema era a sua ideologia política.
E eu, hoje, digo, Ver. Zé Valdir, que
também não adianta insistir para quem não quer ouvir, para quem não quer ver,
de forma alguma. Então, eu coloquei, sobre esse Projeto de sensibilidade
social, que a Prefeita em exercício - que declarou que queria fazer um diálogo
construtivo com esta Casa - vetou ontem seis Projetos de Vereadores desta Casa.
Entre os quais esse Projeto simples, o qual solicita que a comunidade invista,
ou seja, recursos de terceiros sejam investidos no social e que, em
contraposição, para estímulo a esse investimento, tenham benefício fiscal de
50% da doação. O Ver. Zé Valdir reclamou, primeiro, que era inconstitucional,
que tinha vício de origem, disse que tinha de ser vetado, mesmo, porque não era
devido.
O
Sr. Zé Valdir: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não entrei em matéria de
inconstitucionalidade; eu disse que tinha de ser vetado pelo mérito do Projeto,
mas não entrei na questão da inconstitucionalidade. Vossa Excelência tem de ler
o meu pronunciamento e não falar o que eu não falei.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Queria
desculpar, então. Ele não entrou no problema da inconstitucionalidade, porque
isso já está claro pelos tribunais. Ele falou do mérito, que o meu Projeto não
tem mérito, ou seja, disse claramente que o seu Partido, que ele aqui defende,
não defende o social; o social não tem mérito. Muito bem! Gostei muito,
Vereador, V. Exª agora disse que todo aquele discurso que o Partido dos
Trabalhadores faz, que é um Partido que defende o social, não é verdade! Não
tem mérito, o social não tem mérito! Aquela análise do Governo Lula do primeiro
ano, que foi muito bem na área fiscal, na área tributária, mas que não fez
praticamente nada pelo social... E todos os analistas diziam que esse seria o
ano do investimento na área social.
O Ver. Zé Valdir desmentiu o Presidente
Lula, falou que retira Receita da Prefeitura. O Ver. Zé Valdir é um grande
historiador, mas não se dá bem com a Matemática. Diz que vai retirar Receita da
Prefeitura. Vejam, de cada 100%, dá um benefício de 50%. Onde ficam os outros
50%, Vereador? Ficam para a Prefeitura, ficam para o Fundo Municipal de
Assistência Social, para que sejam investidos no social - uma obrigação
constitucional da Prefeitura. E já faz investimentos. Mas, nesta Casa, quando
se votou a Lei Orçamentária, houve muitas Emendas de Vereadores para entidades
sociais que não são atendidas pela Prefeitura. Ou seja, faltam recursos para
investir no social. É evidente que faltam. Em todas as áreas faltam recursos,
porque a necessidade social é muito grande. Vejam o desemprego, vejam os
meninos de rua, vejam a prostituição, vejam a droga, vejam as pessoas oriundas
do sistema carcerário que ficam em liberdade e que não conseguem oportunidade.
Há entidades que fazem um serviço sensacional em benefício desses ex-presidiários,
mas não têm verbas. Então, este Projeto traria verbas para o social. De cada
100%, abate 50% só no IPTU, e sobram 50% limpinhos para a Prefeitura investir
no social.
Esse meu Projeto foi discutido aqui na
Câmara numa reunião pública com as entidades, na qual esteve presente a
Presidenta do Conselho Municipal de Assistência Social. Na oportunidade, o
Conselho, que tem a maioria da Administração Municipal, aprovou esse Projeto.
Eu trouxe aqui, foi discutido, outras várias entidades vieram aqui e aprovaram.
Nós temos manifestações importantes de entidades que necessitam de recursos e
que estão aí à míngua, e a Prefeitura não tem condições. Eu não digo que este
Projeto resolveria o problema, porque somente aquelas pessoas, aquelas
entidades que têm, já, uma formação solidária, iriam fazer esses investimentos,
porque não é um negócio financeiro, abate apenas 50%, e, dos outros 50%, há um
investimento voluntário de recursos. Não há nenhuma vantagem financeira para as
empresas que investem no social, há uma vantagem, sim, ética, moral e de
solidariedade - de que tanto esse povo precisa.
O Prefeito João Verle disse aos quatro
ventos que iria duplicar os investimentos no ano de 2005 para o Fórum Social
Mundial. Eu pergunto a V. Exª: qual é o resultado prático, na área social, que
o Fórum Social Mundial trouxe a Porto Alegre? Aumentou a pobreza, aumentaram os
meninos de rua, a prostituição, a fome; o problema das moradias continua com um
déficit de 90 mil moradias em Porto Alegre. Continuam os problemas que o Fórum
Social Mundial discutiu, discutiu e não resolveu nada. Pois o meu Projeto,
simples, pode trazer contribuições efetivas nesse setor e tristemente foi
vetado pela nossa Presidenta da Câmara no exercício da Prefeitura, aquela que
disse que iria construir um diálogo efetivo entre o Poder Legislativo e o Poder
Executivo.
É lamentável, mas ficou comprovado que o
Partido dos Trabalhadores perdeu o discurso de Partido que investe no social;
desmascarou, trouxe à lume a verdade, enganou a população com este discurso de
muito tempo: "Ah, nós somos um Partido que investe no social." Não é
verdade, porque a prova está aqui, na intervenção do Ver. Zé Valdir, que disse:
“Eu sou contra o mérito”, ou seja, contra o social. É muito bom que as pessoas
conheçam isso.
Com esse meu Projeto, nós vamos derrubar
o Veto nesta Casa e, se não derrubarmos, vamos votar o Projeto do Ver. Cassiá
Carpes, também na área social, que é muito interessante. E, se nada acontecer
no próximo ano, nós vamos efetivar este Projeto com Jair Soares na Prefeitura.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo
Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras, todos que acompanham esta
Reunião no dia de hoje, aqui e nas suas casas também; em primeiro lugar, nós
queríamos, tendo em vista que o próximo sábado, Ver. João Dib, dia 24 de
janeiro, é o Dia Nacional do Aposentado, assim como é o Dia Nacional da
Previdência Social, deixar, em nome, certamente, de todos os Vereadores desta
Casa, um grande abraço, uma homenagem aos idosos deste País, que tiveram uma
grande vitória no final de 2003, por meio da aprovação do Estatuto do Idoso,
que há tantos anos estava no Congresso Nacional. Foi exatamente no primeiro ano
do Governo Lula, mostrando para o Vereador que me antecedeu a preocupação
social que temos, no nosso País, apesar de estar tramitando há muitos anos, que
veio a ser sancionado o Estatuto do Idoso, exatamente sob o comando de Luiz
Inácio Lula da Silva. Creio que essa foi a maior homenagem que o Governo Lula
deu aos aposentados. Por isso, este sábado, dia 24, será um sábado de alegria,
de regozijo e de vitória dos aposentados.
Mas, ao mesmo tempo em que o Governo Lula
consegue um avanço tão importante, nós temos de lamentar que no Rio Grande do
Sul, Ver. João Carlos Nedel, estando garantido, no Estatuto do Idoso e na
Legislação do Estado, o direito do aposentado, nas passagens intermunicipais,
de ter um número determinado de vagas grátis, infelizmente, a Ordem de Serviço
da Metroplan afirma que os idosos só poderão ter direito à passagem gratuita
nos ônibus comuns, nos chamados pinga-pinga, quando a Lei é clara e explícita:
nos ônibus intermunicipais haverá o direito de uso, pelo menos, de duas vagas
gratuitas. O Art. 40 diz que, no sistema de transporte, haverá reserva de duas
vagas gratuitas por veículo. Então, qual foi o mecanismo do Governo, que V. Exª
aprova e que V. Exª tem tanta preocupação com o social, para ajudar os idosos?
É que ele pode usar, mas o pinga-pinga, aquele que leva quatro horas. Logo o
idoso será submetido a essa verdadeira tortura!
Então, ao mesmo tempo em que nós saudamos
a preocupação com o social, o esforço do Governo Federal, a aprovação do
Estatuto do Idoso - aliás o nosso Senador Paulo Renato Paim, a quem tivemos a
oportunidade de homenagear no ano passado, foi um dos grandes autores do
Projeto -, nós chegamos ao absurdo, no interesse das empresas privadas de
transporte, de que o idoso - tudo bem - pode, mas tem de pegar o pinga-pinga,
quando o idoso deveria ser aquele que tivesse talvez o lugar mais nobre naquele
veículo.
O
Sr. João Carlos Nedel: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu gostaria de obter
a cópia dessa Resolução. Acredito que não seja permitido apenas nos ônibus
leitos; o pinga-pinga é o normal da rota. Não será permitido somente nos ônibus
leitos, que, normalmente, custam o dobro da passagem. Mas, com muito prazer, eu
gostaria de verificar esse assunto, com muita honra.
O
SR. RAUL CARRION: Inclusive,
eu estou preparando um Pedido de Informações ao Governo Estadual. Mas que V.
Exª contribua para que essa injustiça... Aliás, fui solicitado pela Federação
dos Aposentados para levantar o problema. Então, vou ler a Resolução (Lê.):
“Fica assegurado o transporte gratuito aos maiores de 65 anos” - o que era uma
imposição legal - “nas viagens convencionais executadas por veículos tipo
padrão comum”. Isso significa que - nós temos os veículos executivos, os
veículos leitos -, das viagens rápidas, das viagens diretas, eles foram
excluídos.
Outra questão a que gostaríamos de fazer
referência é a comemoração, no dia de ontem, dos 20 anos do MST. O MST foi
criado em 1984, num encontro ocorrido entre os dias 21 e 24 de janeiro, em cima
de uma grande bandeira histórica do povo brasileiro, que é a Reforma Agrária.
Reforma Agrária que, passados já 500 anos, o nosso Brasil ainda está devendo
para os trabalhadores do campo; Reforma Agrária que, somente com a grande
mobilização do povo brasileiro, dos trabalhadores, será possível efetivar. E
nós entendemos que o trabalho do MST nesses 20 anos tem sido um trabalho muito
importante, às vezes incompreendido, mas com o qual temos conseguido acelerar
um pouco os primeiros e tímidos passos para a Reforma Agrária, para a qual,
certamente, o Governo Lula, neste segundo ano de Governo, dará passos mais
importantes.
Por fim, nós queríamos também fazer uma
referência ao Fórum Social Mundial, que se encerrou na Índia, em Mombai, antiga
Bombaim, onde cerca de 100 mil pessoas de todo o mundo - uma delegação de cerca
de 500 brasileiros lá esteve - discutiram os grandes problemas da humanidade, a
ofensiva belicista do Império do Norte
contra os povos, a luta contra a miséria, a luta contra a guerra, pela paz, a
luta, enfim, por um outro mundo possível.
No próximo ano - já está determinado -, o
Fórum Social se realizará novamente na Cidade de Porto Alegre, agora - e
ficamos satisfeitos com isso -, Ver. Zé Valdir, com uma grande unanimidade.
Unanimidade das forças conservadoras, unanimidade dos setores econômicos, que
começaram a compreender a importância do Fórum Social Mundial. Alguns, talvez,
só compreendam a importância dele do ponto de vista mercantilista, Ver. João
Nedel, do ponto de vista dos negócios, do ponto de vista econômico, mas, se já
é esse o alcance da compreensão, ótimo, menos mal! Agora, o que nos importa
mesmo, no Fórum Social Mundial, eu creio que é esse grande congraçamento dos
povos do mundo, essa luta contra a globalização neoliberal, essa luta para,
enfim, construirmos um outro mundo. E existe uma discussão, inclusive, feita em
Mombai, no sentido de que o próximo Fórum Social, não o de 2005, o seguinte, o
de 2006, realize-se, desta feita, na África. Mais um continente sofrido,
esmagado, com o qual a humanidade tem uma dívida histórica de toda aquela época
do colonialismo, de toda aquela época da escravidão negra, que ceifou mais de
50 milhões da população africana, se considerarmos os mortos, inclusive dentro
da própria África.
Concluo dizendo que estamos acompanhando
atentamente também a questão da Atílio Superti, ainda não houve uma ordem no
sentido da execução do despejo. Ainda ontem conversava com a Deputada Jussara
Cony, na posse da UAMPA - aliás, uma importante atividade na noite de ontem -,
e estamos tentando agora pela manhã uma audiência com o Chefe da Casa Civil,
para tentarmos impedir esse despejo e tentarmos finalizar uma negociação que já
dura um ano, para evitar a reintegração de posse, com o despejo dessas
famílias. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Zé Valdir está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ZÉ VALDIR: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. João Carlos Nedel tem de parar com essa
sua vocação papista aqui dentro da
Câmara. O Ver. João Carlos Nedel faz o mesmo raciocínio que o Papa, aliás, ele
se acha o Papa, o dono da verdade, porque o Papa tem o dogma da infalibilidade.
Aliás, é o único Estado no mundo, hoje, um dos poucos Estados no mundo em que
há monarquia absoluta, e o Papa, por meio do dogma da infalibilidade, tem a
última palavra em matéria de interpretação teológica. O Ver. João Carlos Nedel,
mais ou menos, com essa sua vocação papal
aqui, tem essa mania de achar que, porque apresenta um Projeto, ele é o dono da
verdade e que alguém que discorda do seu Projeto é contra o assunto que ele
aborda no Projeto.
Ele faz o seguinte raciocínio, de uma
lógica absurda: se eu apresento um Projeto na área social e alguém é contra o
meu Projeto, é contra o social! É uma bela de uma lógica. Essa lógica deve
estar fazendo o velho Aristóteles levantar-se da tumba! Imagina, eu faço um
Projeto na área social, se algum Vereador vota contra o Projeto, a conclusão
óbvia, lógica - nessa lógica absurda do Ver. João Carlos Nedel -, é que ele é
contra o social. Mas, ora, Vereador, vamos parar com essa sua veia autoritária
de achar que o senhor é o dono da verdade, com essa sua vocação papal aqui dentro! Vossa Excelência não
é o dono da verdade!
O senhor pode apresentar dez mil projetos
na área social, eu votar contra os seus projetos e nem por isso sou contra o
social; sou contra os seus projetos! Porque esse seu Projeto aqui é de uma
visão ultrapassada, é a visão privatizante, é a visão neoliberal, que pega o
dinheiro público, que pega os impostos e vai fazendo gentileza ao empresariado,
com o dinheiro dos impostos, faz gentileza com o chapéu da população! Vossa
Excelência está na velha tese neoliberal da privatização, de atacar o problema
das políticas públicas com incentivos fiscais, abrindo mão de receita para que
o empresariado faça ações na área social!
O senhor tem de ter mais respeito com as
nossas posições políticas, com as nossas divergências, não tratar as nossas
divergências com esta forma autoritária: “Ora, porque eu penso, e o mundo
inteiro pensar diferente, está errado? O mundo está errado e eu estou certo?”
Porque V. Exª apresenta um Projeto na área social, e eu sou contra o mérito do
seu Projeto, já votei em tantos outros a favor de V. Exª, não é que eu seja
contra o social! Vossa Excelência acha que a população de Porto Alegre, que
está assistindo, é burra, com esse raciocínio esquizofrênico, essa lógica
esquizofrênica? “Ora, eu apresentei um Projeto na área social, o Ver. Zé Valdir
é contra o meu Projeto, portanto ele é contra o social.” O que é isso,
Vereador? Vamos ser sérios nesta Casa!
O
Sr. João Carlos Nedel:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu disse que V. Exª não é
muito bom em Matemática e eu não estou retirando verba da Prefeitura, não estou
privatizando nada. O camarada põe
100% e abate somente 50%, Vereador. Sobra 50% para a Prefeitura aplicar na área
social, mas ela não quer aplicar. É outra coisa. É como se diz: quem não quer
ver não precisa.
O
SR. ZÉ VALDIR: Vereador,
eu posso não ser bom em Matemática, mas V. Exª é péssimo em lógica, porque essa
lógica é de fazer as pessoas rirem. Eu apresento um Projeto na área social, o
Vereador vota contra o meu Projeto, portanto ele é contra o social? Ora,
Vereador. Eu posso não entender nada de Matemática - e não é o caso, até
entendo muito de Matemática -, agora V. Exª é nulo em matéria de lógica.
Uma outra questão que eu queria abordar
diz respeito ao que o Ver. João Antonio Dib colocou. Ver. Dib, eu acho que nós
temos de fazer um debate profundo e ainda vamos ter muitos espaços nesta Câmara
- há a CPI da Saúde. Agora, não dá para fazer apenas um raciocínio matemático
do problema. Vossa Excelência diz que os recursos aumentaram e a Saúde piorou.
Vamos até aceitar essa tese. Mas o debate que nós temos de fazer é o seguinte:
primeiro, em relação aos recursos que aumentaram, esse aumento foi real ou
nominal? Porque, nominalmente, é claro que os recursos têm de estar sempre
aumentando, até porque existe uma inflação pequena, mas existe. Segundo, nós temos
de olhar também a demanda da Saúde. Vamos ver se a demanda em Porto Alegre
também não está aumentando. Por que ela pode estar aumentando? Primeiro, pela
atitude irresponsável, imoral, inclusive saiu em alguns jornais, de alguns
Prefeitos do Interior e Deputados, que instituíram e aprimoraram a velha
prática da ambulancioterapia para encobrir a falta de política na área da Saúde
no Interior e para encobrir a falta de política do Governo do Estado, que, até
agora, Ver. João Dib, não se mexeu para viabilizar a sua promessa de campanha
de colocar um posto a cada quilômetro. Então, toda essa pressão da Saúde vem
para Porto Alegre. Quando nós vamos discutir a questão da Saúde, nós não
podemos ficar apenas fazendo raciocínios matemáticos; nós temos de fazer um debate
de política pública e ver onde estão os gargalos do problema.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Vereador, ainda que eu
condene a ambulancioterapia, ela é anterior ao SUS, mas não é isso que me
trouxe ao microfone de apartes.
O
SR. ZÉ VALDIR: Foi
aperfeiçoada, agora, aprimorada, entre aspas.
O
Sr. João Antonio Dib: É
para dizer a V. Exª que o aumento de recursos do SUS em Porto Alegre é
absolutamente real, porque o IGP-M não chegou a dez por cento e o aumento
supera os dez por cento. Isso, sim, é matemático.
O
SR. ZÉ VALDIR: Eu estou
querendo dizer o seguinte, Vereador: claro que nós vamos discutir números, mas
nós não podemos ficar apenas nos números, nós temos de fazer um debate amplo
sobre a Saúde, inclusive sobre a origem da demanda em Porto Alegre, sobre o
crescimento da demanda, porque, senão, nós vamos, simplesmente, cada vez
injetar mais recursos num sistema de saúde em Porto Alegre. E, se houver uma
sangria acontecendo por causa da falta de política no Interior, por causa da
falta de política no Estado, não adianta simplesmente nós colocarmos cada vez
mais dinheiro na Saúde de Porto Alegre. Esse é um debate que nós temos de
fazer.
A outra questão que eu quero abordar é
sobre o Fórum Social. O Ver. João Carlos Nedel, no seu simplismo de sempre,
simplificando as coisas como se todos os problemas fossem uma simples soma de
dois mais dois, diz o seguinte: “O Fórum Social Mundial realizou-se em Porto
Alegre e não resolveu os problemas de Porto Alegre.” Ora, mais uma vez, eu vou
ter de rir de uma colocação dessas, é risível uma colocação dessas, porque esse
não é o objetivo do Fórum Social. Aliás, não é objetivo de fórum nenhum ficar
resolvendo os problemas imediatos.
Alguns Vereadores de Oposição têm feito
dois tipos de crítica: a primeira é de que o Fórum Social é aparelhado pelo PT,
e a segunda é de que o Fórum Social é muito restrito, tem de se abrir. Os
Vereadores deveriam saber que o Fórum Social não é do PT, não é de um Partido,
é de entidades não-governamentais. São elas que organizam o Fórum Social
Mundial. O problema é que há três tipos de categorias aqui: os que sabem e se
fazem de desentendidos sobre essa questão; os que não sabem e se acham, não sabem nada sobre o Fórum
Social, mas se acham e aqueles que
não sabem e nem desconfiam. Agora, é preciso que se informem, para não dizerem
uma besteira dessas, porque, olha bem: “O Fórum Social Mundial não resolveu os
problemas de Porto Alegre! O PT aparelhou o Fórum Social!”. O Fórum Social
Mundial foi organizado por entidades não-governamentais.
A segunda crítica é de que o Fórum Social
tem de se ampliar. Todo o mundo sabe que a origem do Fórum Social foi o Fórum
antiDavos, ou seja, um fórum antineoliberalismo, isso é expresso no slogan “Um Outro Mundo é Possível”.
Então o Fórum Social Mundial tem um corte ideológico, tem uma delimitação
ideológica. Aí dizem: “Tem de abrir”. Mas eu pergunto por que os mesmos
arautos, que dizem que o Fórum Social Mundial tem de se abrir, não defendem que
o Fórum de Davos, que reúne os donos do mundo, cercado de blindados, no qual
ninguém que não tenha o mesmo pensamento pode participar, aquele pensamento
único, tem de se ampliar, se democratizar? Ninguém vem defender. E, aqui em
Porto Alegre, reúne-se o Fórum da Liberdade, que é a fina flor do
neoliberalismo e que só aceita pensamento neoliberal, eu não vi o Ver. Nedel, o
Ver. Pujol, Ver. Luiz Braz, virem aqui defender que o Fórum da Liberdade, um
fórum neoliberal, tem de se ampliar. Não vi eles virem aqui defender que o
Fórum de Davos, que é o fórum dos donos do mundo, tem de se ampliar. Agora, o
Fórum Social Mundial é um fórum extremamente plural, mas dentro de um campo, de
um corte, de uma demarcação ideológica, que é o pensamento contra o
neoliberalismo, que reúne de socialistas até simples democratas, uma gama
enorme de pensamento, uma pluralidade enorme dentro desse campo. Agora, os que
defendem que o Fórum Social, Ver. Garcia, tem de se ampliar, não defendem que o
Fórum de Davos, que é um fórum dos donos do mundo, neoliberal, que o Fórum da
Liberdade aqui, que é da fina flor do neoliberalismo, tenham de se ampliar.
Então, acho que é uma absoluta incoerência, quando vêm aqui colocar essas
questões de uma forma extremamente deseducativa.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, no dia 1º de agosto do ano
passado foi sancionada uma Lei de nossa autoria, a Lei nº 9.188, que autoriza o
Executivo Municipal a sinalizar a metragem nos locais de práticas de caminhadas
e corridas nos parques do Município. Quando se passaram sessenta dias, nós
tivemos o cuidado de encaminhar um Ofício ao Prefeito João Verle para saber por
que não estava sendo implantada a Lei. O Prefeito passou o assunto para o
Secretário da SMAM, que nos remeteu um Ofício, informando que iria sinalizar as
metragens.
Nós já estamos quase no final do mês de
janeiro, e até agora não foi implantada a respectiva Lei. E nós sugerimos na
Lei, inclusive, inicialmente, alguns locais, os de maior concentração de
pessoas, sugerimos a Usina do Gasômetro, o Parque Marinha do Brasil, o Parque
Farroupilha, o Parcão, o Parque Chico Mendes, o calçadão de Ipanema, entre
outros. Na nossa visão, de maneira simples, isso não requer grandes recursos
por parte do Município, mas é importante para aquelas pessoas que fazem uma
prática desportiva saber quantos quilômetros estão caminhando ou correndo no
seu dia-a-dia. A nossa insistência é porque a Lei foi aprovada em agosto, 1º de
agosto, e até agora nada.
Nessa época, época do verão, é uma época
propícia, porque muitas pessoas, que às vezes não fazem nenhuma atividade
física, no verão, entusiasmam-se em busca até de um fator estético e começam a
fazer uma atividade física. Se ela for bem orientada e de forma sistemática,
quando terminar o verão, essas pessoas continuarão fazendo a atividade
É importante saber que este Projeto, de
forma simples, contribui em muito para a questão da saúde da nossa Cidade. A
atividade física, a atividade esportiva está enquadrada no rol da saúde, mas
não com uma visão curativa, e sim com uma visão profilática, ou seja, ela ajuda
a evitar com que as pessoas fiquem doentes. Existem dados da própria
Organização Mundial de Saúde que diz que cada dólar investido em atividade
esportiva representa cinco dólares que se deixa de gastar na área da saúde
curativa. Nós temos de ter essa responsabilidade maior, entender isso, porque é
muito difícil quantificar o quanto se está, na realidade, economizando.
O número hoje de pessoas que fazem uma
atividade física, felizmente, está crescendo. Há alguns anos, as pessoas faziam
a atividade física com fins de alto rendimento, ou seja, essencialmente
buscando uma performance desportiva, ou na busca de uma visão estética. Hoje,
além dessa questão da visão estética, da performance do alto rendimento, as
pessoas fazem atividade física principalmente buscando saúde e qualidade de
vida. Uma margem da população significativa, que até há alguns anos não fazia
nada de atividade física, principalmente a faixa etária acima de 40 anos,
nesses últimos anos, por orientação dos profissionais de Educação Física, por
médicos, começou a descobrir as benesses não só simplesmente da atividade
física pela atividade física, mas o fator que a liberação da endorfina começa a
fazer junto às pessoas. Primeiro, essas pessoas, quando começam a fazer uma
atividade física, de forma sistemática, conseguem ter no campo corporal mais
agilidade, mais flexibilidade, conseguem ter mais mobilidade articular e, ao
mesmo tempo, conseguem ter mais satisfação. As pessoas ficam mais alegres, mais
felizes.
Hoje, há uma luta mundial, porque o mundo moderno, este mundo
globalizante, é um mundo que está fazendo obesos, e a própria Organização
Mundial da Saúde reconhece isso, que nós estamos nos encaminhando para um mundo
de obesos. A atividade física pode fazer com que essas pessoas reduzam seus
pesos corporais e consigam, em cima disso, ter mais satisfação, mais
comunicação, mais alegria.
Existem pessoas que hoje até dizem que
são viciados em atividade física. Recentemente, tivemos a oportunidade de ler
um relatório de um piloto da Varig. Ele comentava que tinha de fazer atividade
física diariamente, porque, no dia em que ele não fazia, ficava impaciente,
rondando para um lado; ele ficava praticamente estressado - olha só como é
interessante - por não fazer uma atividade física.
Além de tudo isso que falamos, da questão
corporal, da questão da saúde, da estética, da questão do rendimento, há um
outro fator que também é importante, o fator de sociabilidade. Ele tem essa
função de catarse, fazer com que as pessoas liberem as suas ansiedades, as suas
emoções. Muitas vezes, nessas caminhadas, nas corridas, as pessoas dialogam,
colocam suas conversas em dia com outros, alguns até dizem que conversam
consigo mesmo. Às vezes são aqueles momentos em que conseguem discutir
sozinhos, por meio de uma interlocução com os outros, fazendo uma reflexão do
mundo, propondo ações para si mesmo. Então, esse é o valor inestimável da
prática desportiva.
Esse Projeto, que hoje é a Lei nº 9.188,
vem facilitar, porque as pessoas, quando correm ou caminham, querem saber
quantos quilômetros, na realidade, percorrem. Mas, como nós temos, hoje, uma
quantidade muito grande de parques e praças públicas, nós não conseguimos
saber. E é simples, basta delimitar no chão, colocando de 100 em 100 metros, ou
de 200 em 200 metros, pontos, algumas referências, para que as pessoas possam
saber. Por exemplo: “Eu caminhei aqui uma hora e fiz 6 km, 7 km, ou corri 10
km”. E o que nós insistimos com o Município, e até queremo-nos colocar à
disposição para auxiliar o próprio Executivo, é que, se o Executivo tiver
dificuldade de obter tinta, este Vereador se propõe a fazer uma interlocução
junto ao segmento desse mercado.
Eu tenho certeza de que eles vão
colaborar, pois, na realidade, estarão colaborando com a população da Cidade,
em busca de uma melhor qualidade de vida, com mais saúde.
É em cima disso que nós, hoje, nesta
manhã, vimos aqui colocar o nosso anseio, a nossa preocupação, porque é um
Projeto tão simples e que grande parte das cidades e países do mundo já
possuem. Coisa simples, mas, infelizmente, desde agosto o Projeto foi aprovado
e até agora não foi cumprido por parte de Executivo. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de responder, em parte, ao Ver. Zé
Valdir, que veio aqui, e dizer primeiro que o meu Projeto não privatiza nada.
Ao contrário, ele usa recursos das entidades privadas, das pessoas físicas para
contribuir para que a Prefeitura invista no social, que cumpra a sua obrigação
constitucional. É justamente ao contrário, Vereador, justamente ao contrário!
As entidades e pessoas físicas contribuem solidariamente para o encaminhamento
das questões sociais.
Ele disse também que quero que o Fórum
Social Mundial resolva o problema social de Porto Alegre. Não foi isso o que eu
disse, mas digo que ao menos tem de contribuir com alguma coisa concreta. Qual
foi o gesto concreto desses três Fóruns Sociais que aqui ocorreram? O que
trouxeram? Porque vejam, meus caros telespectadores do canal 16, quanto custa o
Fórum Social Mundial? A Prefeitura vai aplicar três milhões, o Estado talvez
outro tanto, o Governo Federal talvez outro tanto, por meio da Petrobras, das
suas outras empresas, que já contribuíram, e as entidades não-governamentais
que o Vereador aqui disse também. Quanto custa o Fórum Social Mundial? Eu
estimo que uns dez milhões de reais. Dez milhões de reais aplicados em moradia,
no mínimo dá para construir mil habitações em Porto Alegre. Ora, mil
habitações... Isso aí já resolve parte, já é um gesto concreto. Então, é isso
que eu quero, quero soluções práticas, não só discussões teóricas que não se
aplicam.
Disse também que o Fórum Social tem um
fator forte, ideológico. Efetivamente tem, nós sabemos. Até eu acho que o Fórum
Social Mundial deveria ser Fórum Socialista Mundial, porque tem o viés
ideológico totalmente socialista que o Partido dos Trabalhadores assim defende.
Disse também que o Fórum de Davos é fechado. Ao contrário, nosso Presidente
Lula foi ao Fórum de Davos e realmente fez um discurso - eu analisei o discurso
dele, eu disse aqui da tribuna e até fui criticado pelo Ver. Isaac Ainhorn - de
estadista no Fórum de Davos. Criticou o Fórum da Liberdade, que realmente é da
liberdade, o Prefeito sempre foi convidado, o Governador Olívio Dutra esteve
lá, fez palestra, é realmente um Fórum da Liberdade. Então, é uma pena que
venham ser ditos esses assuntos aqui sem fundamento.
Quero dizer ao Ver. Zé Valdir, que
solicitou, que falou sobre a Segurança Pública, que eu encaminhei diretamente
ao Chefe-de-Gabinete do Sr. Secretário as suas solicitações, e eles me darão
uma resposta. Eu estive ontem com o Comandante-Geral da Brigada Militar,
Coronel Pafiadache, que está lá fazendo um excelente trabalho junto à Brigada.
O que acontece, Vereador, é que aumentou a bandidagem no Rio Grande do Sul. O
número de prisões aumentou, e tristemente essa bandidagem aumentou por falha ou
por omissão do Governo anterior, que V. Exª muito defende, e que atrapalhou
toda a Segurança, que impediu a hierarquização da Brigada Militar, que chamou
de banda podre, que chamou, assim sem especificar... Eu sei que há
dificuldades, inclusive estive ontem com o Coronel Pafiadache, que me disse que
o Deputado Estilac Xavier trouxe um caso lá de Bagé, referente a problemas com
a Brigada Militar, e que estavam já imediatamente sendo tomadas as
providências.
Eu quero dizer que a Segurança, hoje, é a
favor do cidadão, é a favor da população, não é a favor da bandidagem. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói
Guimarães, presidindo os trabalhos nesta manhã, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores, o Ver. Zé Valdir citou-me dizendo que o Fórum
de Davos deveria ser mais democrático. Muito embora eu não tenha nada a ver com
o Fórum de Davos, porque afinal de contas sou Vereador em Porto Alegre, gosto
muito de discutir o Fórum de Porto Alegre - o Ver. Zé Valdir corrigi-me, com
acerto, dizendo que é o Fórum Mundial, não é o Fórum de Porto Alegre -, que foi
realizado, em suas edições anteriores, aqui em Porto Alegre e, nesta edição,
realizado na Índia.
Lendo o jornal O Sul, observei que, entre
os principais participantes, o Ministro do Desenvolvimento do Brasil, Luiz
Fernando Furlan, está participando do Fórum de Davos. Então, eu vejo o Governo
brasileiro participando do Fórum de Davos. Um ex-integrante do meu Partido e
que agora está muito próximo do seu Partido, que é Presidente do Banco Central,
o Henrique Meirelles, também está entre os principais participantes, o
Presidente do Irã também está participando. Então, eu acredito, Ver. Zé Valdir,
que essa democracia, que está sendo solicitada por V. Exª para o Fórum de
Davos, está acontecendo. O Presidente Lula participou no ano passado, não está
participando este ano, mas participou no ano passado.
Agora, no Fórum Social Mundial, nas
edições aqui de Porto Alegre, não aconteceu nada disso, os convidados foram aquelas
pessoas mais ligadas ao pensamento daquelas pessoas da esquerda do seu Partido,
que ajudaram o seu Partido a chegar à Presidência da República e depois foram
expulsos do Partido, mas estão mais ligados a essas pessoas que pensam dessa
forma. Mas eu não vou discutir, aqui, o Fórum Social Mundial.
Há uma discussão que volta agora com
muita força, Vereador-Presidente Elói Guimarães, tanto na Assembléia
Legislativa como no Congresso Nacional - ontem, fui chamado para assinar um
Projeto desta Câmara, uma discussão
que vai ser travada, aqui, na Câmara - com relação à redução do recesso
parlamentar. Ouço também alguns cronistas, alguns radialistas, jornalistas,
que, falando a respeito do tema, dizem da necessidade que existe de reduzirmos
o recesso parlamentar. Eu tenho participado, Ver. Elói Guimarães, de todos os
recessos. Nesses 22 anos que completo aqui na Casa - e nunca tive outra função
a não ser a de Vereador nesta Casa -, eu estive participando sempre dos
recessos. Quando eu não estou aqui, eu estou no meu gabinete, estou visitando
pessoas, mas estou sempre participando do recesso. Eu faço parte da Comissão
Representativa, estive em todas elas - eu acho que, se não me engano, no ano
passado, eu não estive em uma Comissão Representativa - e sempre participando
de debates de Plenário. E digo, para os senhores e para as senhoras, que o
recesso não é uma época de descanso dos Vereadores. Os Vereadores que
resolveram encarar o recesso como descanso, e eu conheci muitos, tiveram um só
período e não voltaram para cá. Os Vereadores que resolvem encarar o recesso
com seriedade são sempre Vereadores que são melhor vistos pela sociedade, e
existe, realmente, muito trabalho para ser realizado durante o recesso. O que
acontece no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa é algo que pode ser
corrigido, se copiarem a Câmara Municipal de Porto Alegre.
O problema que existe entre os
Parlamentares, tanto os estaduais como os federais, é exatamente a necessidade
de a sociedade gastar um monte de recursos para convocá-los, quando, agora,
precisam colocá-los em ação. E sempre existem aqueles projetos, os projetos
principais, projetos interessantes e importantes que são deixados para essa
época do ano, para serem votados, para que haja a convocação extraordinária, e,
nesta, cada Parlamentar receba, então, uma quantia muito grande de recursos, e,
é claro, a sociedade não gosta disso.
A Câmara Municipal de Porto Alegre, há
algum tempo, depois de uma grande discussão, acabou corrigindo o problema. Nós,
aqui, tanto faz sermos convocados uma, duas, três, quatro, cinco vezes, a
sociedade não gasta absolutamente nem mais um tostão para que os Vereadores
venham aqui e votem em qualquer tipo de Projeto. Então, eu não vejo, na Câmara
Municipal, necessidade de restringirmos o nosso recesso, a exemplo do que está
sendo pedido para a Assembléia e também para o Congresso Nacional.
O
Sr. Zé Valdir: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu quero me
solidarizar totalmente com essa parte do seu discurso. Eu também não vejo essa
necessidade, e pouca gente em Porto Alegre sabe, porque é muito pouco
divulgado, que a nossa Câmara de Vereadores, ao contrário da Assembléia
Legislativa e do Congresso Nacional, como V. Exª falou, quando se reúne em
período extraordinário, não gasta um centavo a mais do dinheiro público. Isso é
preciso a gente repetir, porque essa informação, muitas vezes, é carente, ela
não chega até a população. Vossa Excelência, então, está abordando uma questão
fundamental. Eu quero me solidarizar com o seu pronunciamento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Muito
obrigado, Ver. Zé Valdir. Um outro detalhe, Ver. Zé Valdir, as pessoas à vezes
pensam que o Vereador, o Deputado só trabalham quando estão no plenário. E, às
vezes, aqui no plenário, é o momento em que ele menos trabalha. Eu conheço, por
exemplo, determinados Parlamentares que vão até o plenário para poder descansar
um pouco, porque, no plenário, eles ficam assistindo aos debates que acabam
acontecendo, nos quais eles muitas vezes não intervêm. Por exemplo, no Congresso
Nacional, são quase 600 Parlamentares, então, como é que vai todo o mundo
intervir em debates? Às vezes, as pessoas que estão no plenário são as pessoas
que menos estão trabalhando, a não ser algumas pessoas que são escaladas para
irem à tribuna, que já conhecem bem o assunto e vão debater o assunto.
Aqui na Câmara, nós somos 33 Vereadores,
Ver. Elói Guimarães, são raros os Projetos em que nós temos os 33 Vereadores
debatendo. Muitas vezes, são alguns Vereadores que debatem o tema, ou que
estudaram profundamente o tema, que têm condições de debater o assunto, mas a
maioria, na verdade, vem e acaba acompanhando o pensamento daqueles que já
estudaram com mais profundidade um determinado assunto ou já tem até uma
decisão, que já foi tomada durante os contatos que fez durante o tempo que
antecedeu à votação do Projeto aqui no plenário.
Então, realmente, eu não vejo uma
necessidade maior, aqui na Câmara de Vereadores - com o sistema que utilizamos
de algum tempo para cá, de não se pagar as convocações extraordinárias, de as
convocações serem absolutamente gratuitas -, de nós diminuirmos o recesso. O
recesso é aproveitado para se fazer contatos, para fazer com que ânimos
exaltados possam se amainar; o recesso é utilizado para se fazer novos
projetos, novos contatos; o recesso é feito para que a Câmara possa reiniciar
suas atividades com ânimo novo.
Acho que o recesso, tal qual é elaborado
pela Câmara Municipal de Porto Alegre, sem custar nada a mais para a sociedade,
deveria ser copiado tanto pela Assembléia Legislativa quanto pelo Congresso
Nacional. Acho que a nossa sociedade não ficaria zangada se, porventura, o
Congresso Nacional e a Assembléia Legislativa copiassem a Câmara Municipal de
Porto Alegre naquilo que se refere às convocações extraordinárias, à
possibilidade de se convocar os Vereadores quantas vezes forem necessárias sem
que custe nada a mais para a sociedade. Acho que a Câmara de Porto Alegre,
quando votou essa matéria, deu um exemplo para a sociedade, para os
Parlamentos.
Acredito que devemos caminhar para lá, e
não, simplesmente, caminhar para reduzir o recesso ou, como muitas pessoas
pensam, acabar com o recesso parlamentar. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, acho interessante refletir um pouco sobre as
intervenções feitas aqui. Uma coisa não podemos negar: o Fórum Social Mundial é
realmente pauta no mundo inteiro. Os Vereadores que me antecederam ou se
colocaram a favor ou questionaram o Fórum Social. E acho que isso tem de nos
remeter ao significado do Fórum Social, evidentemente, ao papel que nós, os
porto-alegrenses, cumprimos em relação a um evento mundial que se consolidou
como uma alternativa de debate da sociedade.
Acho que até há alguns anos, quando a
visão da sociedade era mais estadocêntrica, quando se acreditava que o Estado,
e apenas o Estado, seria suficiente para enfrentar os problemas do mundo,
talvez a sociedade não tivesse tido a força, se essa concepção ainda vigorasse,
de construir uma alternativa de debate, como tem construído nos últimos quatro
Fóruns Mundiais, em que se pauta a questão social como centro.
Eu achei muito emocionantes as notícias
de encerramento do Fórum Social, porque lá o Brasil, de novo, ocupou o cenário
- como se diz na linguagem do teatro -, roubou a cena. O Ministro brasileiro
Gilberto Gil fez um ato cultura, mas político, que foi o ápice do evento,
reunindo cem mil pessoas. Eu fico pensando que, quando cem mil pessoas saem de
suas casas, sem receber dinheiro, colocando, na maioria das vezes, dinheiro do
seu bolso, pagam as suas passagens para participar de um evento, cujo único
objetivo é discutir politicamente uma alternativa para a humanidade, isso nos
dá, no mínimo, uma grande esperança. O Gilberto Gil, com suas célebres frases,
construiu mais uma frase fantástica. Ele disse: “O Fórum Social Mundial é uma
celebração da espécie humana.” Eu achei impressionante, porque, na verdade,
isso é uma síntese do que é o Fórum Social Mundial. É uma celebração da espécie
humana, independente de eles serem indianos, iranianos, brasileiros, árabes,
judeus, negros. Isso nos mostra que a condição humana aglutina as pessoas. O
fato de sermos humanos, independente de ideologia, raça, Partido, etnia,
gênero, ainda é capaz de unificar as pessoas.
Eu acho que a segunda coisa
importantíssima para refletirmos, em relação à existência deste Fórum que
reúne, num ato de um artista brasileiro, cem mil pessoas, é que, apesar das
guerras, das invasões, da corrida bélica, da miséria, da desgraça, da exclusão
social, há uma coisa que ainda mobiliza o ser humano, que é a esperança.
Eu acho que essas são as questões de
fundo que fazem com que nós nos mobilizemos para participar dos Fóruns
Mundiais.
O Ver. Luiz Braz trouxe de volta esse
debate que achei bem interessante, no sentido de que o Fórum Mundial Social
acontece e o Fórum de Davos também acontece. No Fórum anterior, o Brasil viveu
a grande polêmica - eu me posicionei publicamente sobre ela -, quando o então
eleito Presidente Lula veio a Porto Alegre, fez um discurso público no Fórum
Social e, posteriormente à sua intervenção, viajou para Davos. Eu lembro que
uma parcela de alguns Partidos ficou extremamente incomodada com isso, e eu
fiquei imaginando que coisa incrível, que dificuldade as pessoas têm de
compreender que a gente tem de estar discutindo com quem pensa igual a gente e
com quem pensa diferente da gente.
O Fórum de Davos tem um significado;
inclusive, no passado, teve um significado um pouco diferente do que ele tem
hoje. Quando do Fórum Econômico Mundial nos Estados Unidos, quando aconteceu em
Seatlle, houve uma grande mobilização do Fórum Paralelo das Entidades, que foi
uma denúncia fortíssima contra as posições econômicas tomadas no Fórum
Econômico. E por que a sociedade civil se reunia paralelamente e sempre se
reuniu paralelamente aos Fóruns Mundiais Econômicos? Depois do Fórum Social
Mundial, parece que a gente esqueceu isso... Não! Sempre paralelo ao Fórum Econômico
aconteceram os fóruns de debates da sociedade civil. E não poderia ser
diferente, porque a orientação econômica do Fórum Econômico era uma orientação
econômica pautada em cima dos grandes interesses do mercado financeiro
internacional. Os grandes países que se posicionavam em Davos apresentavam as
suas políticas econômicas, as quais apresentavam um grande avanço, que era o
avanço tecnológico, mas aquela realidade construída no final do século XX, com
toda a pujança da tecnologia, não foi capaz, não tem sido capaz de resolver os
problemas mais elementares da sociedade mundial, os problemas mais elementares
dos homens, das mulheres, que é o direito de viver com dignidade.
Eu acho que é esta a grande questão que
se coloca para a humanidade no século XXI: como é que nós fomos capazes de
construir os grandes aviões supersônicos, as grandes tecnologias, os avanços da
biotecnologia, os avanços da informática, das ciências da comunicação, como é
que a sociedade que foi capaz de construir esse arsenal tecnológico de
conhecimento não foi capaz de construir a distribuição dos frutos desse avanço
tecnológico? Eu acho que tem de se pensar para quem é construído isso. Porque,
se você constrói uma grande usina e essa usina apenas beneficia os donos de
quem a construiu, ela não tem significado.
Ao contrário do que muitas pessoas
falaram em relação à presença do Lula no Congresso anterior de Davos, eu acho
importante que os Ministros das áreas de desenvolvimento brasileiro estejam em
Davos, ainda mais porque são Ministros de uma história de contribuição ao
desenvolvimento brasileiro, como é, inegavelmente, a história do Ministro
Furlan, por exemplo, que eu penso que é reconhecido, do ponto de vista
político, pela sua competência na área industrial; como o Ministro da Agricultura,
que foi capaz de associar a agroindústria aos sistemas cooperativados
brasileiros, por exemplo.
Então, eu penso que, se nós nos despirmos
dos preconceitos, do senso comum, que é aquilo que permeia, normalmente, um
debate, neste momento, nós vamos poder não apenas compreender o significado
desses fóruns, mas, mais do que isso, como Parlamento desta Cidade, vamos
avaliar que tipo de contribuição a nossa experiência de Parlamento
porto-alegrense poderá ajudar esses fóruns. Vou lembrar por quê: a imprensa
fala pouco, mas, todas as vezes que acontece um Fórum Social Mundial com
representantes das entidades da sociedade civil, acontece, paralelamente, o
Fórum do Poder Local, um fórum que reúne Vereadores e Prefeitos do mundo
inteiro. Eu tive o privilégio de participar dos últimos Fóruns de Poder Local
aqui em Porto Alegre, onde estavam Vereadores e Deputados do mundo inteiro. Até
hoje eu recebo e-mails com propostas
de Vereadores do Fórum Social de Parlamentares europeus, da Ásia, da África, e
há coisas importantíssimas, interessantíssimas.
Eu quero dizer para as pessoas que estão
nos ouvindo que também agora em Mombai, na Índia, terminou o IV Fórum
Parlamentar Mundial. Parlamentares do mundo inteiro reuniram-se lá para
discutir. E vou encerrar, Sr. Presidente, dizendo que me chamou muito a atenção
o documento final do IV Fórum do Poder Local, onde os Vereadores e Prefeitos se
reuniram e avaliaram que existia uma forte crise nos Parlamentos mundiais. E eu
penso que isso é muito grave, porque não há democracia sem Parlamento, não há
democracia sem representação parlamentar; pelo menos, na história da
humanidade, nunca houve.
Então, eu penso que essa é uma discussão
legal que a gente deve fazer, é uma discussão importante que devemos fazer
aqui, para darmos contribuição para o V Fórum de Parlamentares, o V Fórum do
Poder Local que vai acontecer em Porto Alegre no próximo ano. Nós podemos
apresentar algumas experiências, algumas legislações que nós aprovamos,
inclusive do ponto de vista internacional, que são legislações extremamente
interessantes e que podem servir também de exemplo, de modelo e de estímulo.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos
registrar a presença de Vereadores de Santa Catarina: Ver. Sebastião Altavir
Ferreira, do PP, do Município de Três Barras; Ver. Reinaldo Wengrzynovsky,
também do PP e Vice-Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Três
Barras; Ver. Paulo Roberto Scherer, do PP e também do mesmo Município de Três
Barras, que estão em nossa Câmara e em nossa Cidade fazendo o curso da
Abrascam. Registro também a presença do Ver. Isaías Batista Ilha, do PT de São
Jerônimo.
Solicito ao Ver. Luiz Braz, 2º Secretário
da Casa, que assuma a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Luiz Braz assume a presidência
dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o assunto faz parte do
cotidiano da Cidade. Ontem, fui procurado por um cidadão, pobre, que teve a sua
modesta casa, o seu barraco, por assim dizer, queimado. O incêndio queimou a
sua casinha, os seus poucos aparelhos, como a sua geladeira. Ele saiu a
procurar recursos. Ele passou a morar provisoriamente com o vizinho, e a sua
esposa e dois filhos foram para Viamão morar com um familiar.
O que chama a atenção é a nossa
fragilidade como instituições políticas públicas. Ele percorreu a área
municipal - esteve no DEMHAB e demais órgãos do Município -, andou pelos
diferentes setores do Estado e terminou vindo à Câmara Municipal de Porto
Alegre, no sentido de ter um socorro, uma providência urgente, para se abrigar
e trazer a sua esposa e os dois filhos. As aulas vão iniciar, e ele está
preocupado - vejam o grau de cidadania desse homem -, porque está com a família
espalhada: a mulher e os dois filhos estão em Viamão. Ele percorreu os Poderes
constituídos da República e não encontrou solução. É um assunto que todos
conhecemos, estou apenas relatando objetivamente, mas é um assunto que pulula;
é uma constância na vida das cidades - estamos falando do Rio Grande do Sul,
mas estão aqui Vereadores de Santa Catarina, onde deve acontecer a mesma coisa.
Isso mostra a fragilidade das instituições.
Em uma oportunidade, eu liderei uma
pequena campanha, lembro o caso de uma senhora que vendia jornais - ela tinha o
apelido de Saracura -, tinha meia dúzia de filhos, a qual teve a sua casa
incendiada. Fizemos uma campanha e conseguimos reunir recursos, Ver. Luiz Braz,
no exercício da direção dos trabalhos; compramos uma casinha numa vila popular
e ela pôde se abrigar em algum lugar, por modesto que fosse.
Estou
trazendo este assunto porque me ocorre, evidentemente não vou fazer um projeto
porque me ocorre... Vocês sabem que eu tenho uma tradição legalista muito forte
em não propor matéria para a qual nos falte competência, mas vou debater, vou
insistir para que os órgãos públicos tenham determinados fundos para
emergências. Temos setores do Estado denominados de Defesa Civil, que socorrem
em casos de enchentes: é colchão para lá, etc. e tal, mas rigorosamente não
dispomos de um pequeno fundo para uma solução imediata, já!
O
cidadão dizia-me: “Olha, se me conseguirem alguma coisinha, os meus amigos, os
meus vizinhos vão me ajudar a levantar uma peça e um banheiro.” Vejam V. Exas,
uma peça e um banheiro é só o que ele pede e não consegue! Então, vai aqui, vai
ali, está morando com um vizinho; ainda bem, há solidariedade, que jaz abaixo
do Poder, e o Poder é eqüidistante! Há uma série de questões que precisam de
soluções, já, imediatas, e o Poder é distante, tanto o Municipal, o Estadual
quanto o Federal, ele é burocratizado: “Olha, me dá o nome, me dá a certidão.”
- como se deu no DEMHAB. “Olha, me dá o nome, me dá a certidão. Agora vai ter
que esperar”. Mas ele não pode esperar! Os organismos públicos... Aqui há um
departamento, uma área de solução imediata para situações dessa ordem. O
cidadão está desempregado, o que é outra calamidade, é outra chaga, é outro
sinistro. Ele vive dois sinistros: o sinistro do desemprego, que é gravíssimo,
e o de ter perdido a casa!
Então,
nós temos que ter soluções, e isso custa pouco, é muito pouco, nós teríamos de
quebrar essas estruturas altamente formais e levar as coisas a uma certa
simplicidade. Uma certa simplicidade! Em situações dessa natureza, era para, no
momento em que chegou no primeiro órgão público, enfim, de ordem Municipal,
Estadual ou Federal, o cidadão já receber, ali, providências. Comprova,
efetivamente? Manda o Assistente Social, não daqui a uma semana, quinze ou
vinte dias, como de regra acontece. Agora, vai, verifica o que está
acontecendo, e, imediatamente, reúne-se ali. Isso não custa nada. Tinha de
haver um banco de material de construção para imediatamente atendê-lo, pois o
cidadão se propõe com os vizinhos, isso acontece na realidade social de Porto
Alegre e do Estado. O que tem salvado situações como essa? A solidariedade das
pessoas! Via de regra, pobres, ali da vila, do bairro, são aqueles que se
reúnem e juntam meio saco de cimento de cada um, por meio da solidariedade! E o
Poder Público, seja ele Estadual, Federal ou Municipal, na sua carranca
distante, formal e burocratizada, não chega às pessoas necessitadas!
Então, fica aqui essa colocação.
Evidentemente, não vamos fazer projetos, porque, se nós entrarmos com um
projeto do tipo: “Cria-se um fundo para emergência em situação esta ou
aquela...”, seria inconstitucional ou o Vereador não teria iniciativa. Agora, o
que nós vamos fazer, evidentemente, é um debate em cima dessas questões e começar
a falar, a falar, a falar e mandar Pedidos de Providências para os órgãos
públicos, para a Prefeitura, indicação para o Governo do Estado, etc. e tal.
Mas é uma situação que está aí a exigir um órgão, uma providência pronta,
imediata, objetiva, sem rodeios, sem curvas, sem burocracia, para atender a
situações como essas. Agradecido, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Neste momento, volta a presidir a Sessão o Ver. Elói Guimarães.
(O Ver. Elói Guimarães assume a presidência
dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Zé Valdir está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ZÉ VALDIR: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. Nós vamos responder a algumas
questões que foram colocadas aqui, debater na ordem em que elas foram citadas.
O Ver. João Carlos Nedel, quando se
referiu à questão da Segurança, colocou que a causa do problema da Segurança,
hoje, no Estado, é o Governo do Olívio. Nós temos que fazer uma combinação:
temos que estabelecer uma data para encerrar o Olívio como culpado da área da
Segurança. Eu acho que um ano e vinte e dois dias já é tempo suficiente para
que o Governo assuma a responsabilidade de ser Governo e não culpe os outros. O
Lula não está culpando ninguém, pois temos uma herança de mais de vinte anos de
ditadura militar e de oito anos de neoliberalismo no País. Agora, aqui, a área
de Segurança, que tanto bateram, prometeram mundos e fundos, está uma bagunça,
a Segurança está cada vez pior, e agora culpam o Olívio? Tem que ter um prazo;
vamos estabelecer um prazo para encerrar essa desculpa! Aliás, na coluna
Opinião, do Jornal do Comércio, há - deve ser colega do Ver. João Carlos Nedel
- um empresário, Renato de Souza, que diz (Lê.): “Bons tempos... o jogo de bicho
da CPI eleitoreira... agora onde anda a segurança prometida? Quem não foi
assaltado, roubado e ameaçado?” São perguntas que todos nós fazemos. Então fica
aqui a minha reflexão. E também o meu agradecimento ao Ver. João Carlos Nedel
por ter relatado aqui que encaminhou aquela denúncia de ameaça e de agressão de
um policial militar ao Vice-Presidente da Associação da Vitória da Conquista.
A segunda questão, que também foi
abordada pelo Ver. João Carlos Nedel, pelo Ver. Luiz Braz e pela Verª Clênia
Maranhão, é sobre o Fórum Social Mundial. Estamos começando a nos entender,
porque o Ver. Luiz Braz já admite que são dois fóruns com ideologias
diferentes. É claro que o fato de o Lula ter ido ao Fórum de Davos, do Iraque
estar representado e de haver algumas falas dos países subdesenvolvidos, de
Terceiro Mundo, não muda o caráter do Fórum de Davos de ser um fórum fechado.
Agora, o protocolo de ir lá e dar palestras... aliás, protocolo é o que mais há
nessas palestras do tipo Fórum de Davos, Fórum da Liberdade aqui. O Prefeito
foi lá, fez uma abertura, isso faz parte da
social, como se diz, não é a isso que me refiro quando digo que o Fórum de
Davos é um fórum fechado. Até eu acho que ele está se abrindo, Vereador,
exatamente um pouco por pressão da existência do Fórum Social Mundial, porque,
por exemplo, não contempla as experiências históricas de libertação nacional
que existem pela América Latina, não contempla a discussão com as lideranças
dos movimentos sociais, dos movimentos sindicais, ideológicos, nada disso se
contempla no Fórum de Davos. É um fórum fechado, sim, pode haver até alguns
países de Terceiro Mundo com um ou outro palestrante, mas é fechado às
experiências da sociedade. Por isso é que se criou o Fórum Social Mundial,
exatamente para discutir essa questão social e fazê-la com a participação
dessas entidades, sindicatos e assim por diante. Então, isso é que eu acho que
tem de ficar claro.
Agora, quanto ao Fórum Social Mundial
trazer benefícios para Porto Alegre, eu poderia até responder que o Fórum Social
faz soerguer a nossa auto-estima e de toda população, além de trazer recursos,
porque traz recursos para cá, traz recursos de turistas, desenvolve o comércio,
como foi colocado aqui. Mas eu acho que a principal questão foi colocada pela
Verª Clênia Maranhão, que é a oportunidade que temos aqui de fazermos uma rede
de encontros paralelos, de nos ligarmos, de nos concatenar com a grande
discussão do mundo! Por que é que nós temos de pensar pequeno? Então, a
existência do Fórum Social Mundial aqui traz, sim, enormes benefícios para a
nossa Cidade e a projeta no cenário mundial. Só não vê quem tem uma visão
estreita, e aí não é para o Ver. Luiz Braz, que não tem essa visão, mas para o
Ver. João Carlos Nedel, que eu acho que fez um pronunciamento muito limitado,
com uma visão muito limitada a respeito do Fórum Social Mundial.
Quero, também, Ver. Luiz Braz, me
solidarizar, mais uma vez, com o seu pronunciamento a respeito da questão do
recesso. Acho que nós não temos de modificar nada, a Câmara de Porto Alegre é
austera e serve de exemplo para o País inteiro, porque nós podemo-nos reunir no
recesso, fora do recesso, em Sessão Extraordinária, sem gastar um centavo a
mais dos cofres públicos, ao contrário do Congresso Nacional.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ:
Vereador-Presidente Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Ver.
Zé Valdir, usando a tribuna, mais uma vez, ao se referir ao período do Fernando
Henrique Cardoso, falou sobre neoliberalismo. Eu acredito que o Ver. Zé Valdir
apenas tocou nesse assunto de neoliberalismo para tentar fazer uma
diferenciação entre aquilo que pensa o atual Governo e o Governo passado,
fazendo com que todos pensem que agora, sim, é que nós estamos, realmente, com
um Governo que pensa de acordo com aquilo que vem trazer progresso para as
relações sociais.
Mas, Ver. Elói Guimarães, se nós
começarmos a atentar para o que foi o período Fernando Henrique Cardoso e o que
está sendo o período Lula, nós vamos ver o seguinte: o período Lula é um
período que tentou, de alguma forma, copiar as ações do período Fernando
Henrique Cardoso. Eu estou dizendo tentou
copiar, porque, na maioria das vezes, ele começou com a fórmula do Fernando
Henrique Cardoso e, depois, é claro, fez todas as modificações necessárias que
seriam realmente feitas também se, naquela oportunidade, a raiva, a ira de
alguns segmentos ligados ao Partido dos Trabalhadores não tivessem impedido que
o Fernando Henrique Cardoso pudesse chegar até o final com as reformas.
Mas o
Fernando Henrique Cardoso trouxe a estabilidade à moeda, o Fernando Henrique
Cardoso fez com que houvesse um diálogo entre todos os setores da sociedade, o
Fernando Henrique Cardoso, de forma nenhuma, paralisou nenhum dos movimentos
políticos e sociais que estavam aí exatamente para poder discutir a sociedade.
Ele foi, realmente, um Presidente que fez com que o Brasil se tornasse
extremamente acreditado no mundo exterior. Ele levou o Brasil lá para fora com
uma imagem, realmente, absolutamente positiva.
É
claro que alguns setores do seu Partido, Ver. Zé Valdir, que atacaram de forma
irada o Presidente Fernando Henrique Cardoso, esses segmentos do seu Partido,
que, naquela época, eram absolutamente contrários a tudo aquilo que fazia
Fernando Henrique Cardoso, foram retirados do seu Partido numa proposta das
lideranças do Partido de V. Exª, que também não concordavam com as suas idéias.
Tanto é que a Deputada Luciana Genro, a Senadora Heloísa Helena, o Babá e
outras pessoas que tinham o discurso contrário ao Fernando Henrique Cardoso
foram retirados do Partido. E os que ficaram no Partido? Os que ficaram no
Partido foram todos aqueles que, na verdade, ou tiveram que mudar o discurso que
tinham no passado para o presente ou então não tinham o discurso na base
daquilo que faziam Heloísa Helena, Babá e Luciana Genro. Então, ou mudaram o
comportamento e hoje em dia são aquilo que eles chamavam de neoliberais, ou
então já eram neoliberais e continuaram.
O
importante, Ver. Zé Valdir, é não estarmos discutindo em um terreno que não tem
trazido nenhum benefício para a nossa sociedade, é não colocarmos uma ideologia
contra a outra, como se realmente nós pudéssemos ter a mágica de transformarmos
a sociedade, colocando essa determinada ideologia para comandar os caminhos da
nossa sociedade: “Olha, é por meio dessa ideologia que vamos salvar a
sociedade”. Se fosse assim, isso já teria acontecido em muitos outros países.
Acho que temos de aprender a dialogar, acho que temos de aprender a respeitar o
que há de bom em outros sistemas também, em outras cabeças, em outras correntes
políticas, e não acreditarmos que - acho que é uma forma muito tacanha de fazer
política - só nós estamos com a verdade e os outros estão absolutamente
errados. Acho que, no momento em que nós pudermos nos fortalecer, caminharmos
juntos e enxergarmos a sociedade como objetivo final, para que possamos
construí-la de um modo bastante favorável, neste momento, acredito, teremos de abrir
mão dos nossos radicalismos dentro das linhas ideológicas que professamos e
caminharmos juntos, para que realmente possamos fazer as ações necessárias para
chegar à sociedade ideal que todos queremos. Acredito que não exista nenhum
segmento aqui dentro desta Casa que queira que existam diferenças sociais, mas
acredito que há muita vaidade, muito orgulho, que acabam afastando as pessoas
de um debate real, verdadeiro, que possa trazer as atitudes necessárias para
modificarmos a sociedade de uma forma positiva. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Darci Campani está com a palavra em Comunicações.
O
SR. DARCI CAMPANI: Sr.
Presidente Elói Guimarães, gostaria de, já, de pronto, começar o debate com o
Ver. Luiz Braz, pois acho que, nesse rumo, encontraremos muita luz.
Mas,
antes de entrar nesse debate, eu queria dar algumas respostas que, acho, se
fazem necessárias. Primeiramente à intervenção do Ver. Elói Guimarães sobre a
questão de indivíduos que conhecemos nesta Cidade... Há um bom número de
pessoas que passam privações momentâneas, o que, realmente, é uma situação
constrangedora, dramática, pessoal, individual, e a Prefeitura, infelizmente,
não tem condições de dar a resposta imediata. A Prefeitura - qualquer uma
delas, não só nós, a Administração Popular de Porto Alegre - não tem condições
de dar essa resposta, porque todas as Prefeituras têm, por trás delas, o
Tribunal de Contas, a Lei de Responsabilidade Fiscal. A não ser que mudemos o
ordenamento jurídico maior, a Prefeitura é um órgão burocrático, infelizmente
não se pode sair distribuindo casinhas por aí. E sabemos de alguns Prefeitos
que fizeram isso, e hoje eles estão na 4ª Câmara ou já estão até com um
processo de prisão.
Nós
tivemos um companheiro, o primeiro Prefeito do PT de um Município do norte do
Estado, que teve de cumprir pena de prisão. Uma família do Município, moradora,
pediu-lhe recursos para vir a Porto Alegre, porque seu filho tinha sido preso
aqui, e eles tinham de dar assistência jurídica, assistência pessoal para o seu
filho. O Prefeito emprestou esse dinheiro, a família o devolveu, portanto os
cofres públicos não sofreram nada, e ele teve de cumprir pena de prisão por
três anos em cárcere privado; depois de um prazo, podia ir em casa aos finais
de semana.
Então,
sabemos que, infelizmente, não é assim, e, por mais que doa na alma da gente
ver uma pessoa sofrendo, existe uma legislação, e não podemos, simplesmente,
passar por cima dela. Nesses casos - e é o que acontece - existem várias
organizações não-governamentais que atuam nessa área, há Deputados com
estabelecimentos de grande porte que atuam exatamente nessa área, e aí, sim,
por meio de convênios com a Prefeitura que tenham previsão orçamentária, que
tenham todo o arcabouço jurídico, pode-se dar a solução desses problemas mais
emergenciais. Existem várias ONGs que têm convênios com a Prefeitura e que
atuam nessa área mediante recursos internacionais, inclusive instituições
ligadas às igrejas, como as igrejas holandesa e alemã - há uma série de
instituições que fazem isso -, e até algumas delas, por meio de convênios com a
Prefeitura, conseguem recursos da Prefeitura, mas tem de haver esse
ordenamento. Infelizmente, não podemos sair atendendo a demandas individuais
como a gente gostaria até de atender, porque entendemos a situação do cidadão.
A intervenção que eu fiz ontem, aqui
nesta mesma tribuna, em relação ao desagradável material publicado no Correio
do Povo, não por problema do Correio do Povo, mas escrito pelo Ver. Sebastião Melo...
Fui atrás de mais informações na Secretaria do Planejamento sobre os chamados CCs transgênicos, que estariam atuando
pela Prefeitura, fui buscar dados mais concretos. A Secretaria do Planejamento
tem hoje nos seus quadros 17 CCs para toda a Secretaria. Desses 17, se não me
engano, 8 são funcionários de carreira, são funcionários da Casa, que, por
questão salarial - estão às vezes num quadro de nível médio, mas têm o diploma
já de nível superior -, ao assumirem o CC, passam a ter o seu salário como se
fossem servidores de nível superior; então, há o aproveitamento. Ou seja, pelos
cálculos, temos 9 CCs. Seriam os ditos CCs puros na Secretaria do Planejamento.
Nas plenárias em que eu participei da
discussão do Plano Diretor, inclusive da conferência de encerramento, que foi
na Érico Veríssimo, na antiga Secretaria da Cultura, o plenário estava cheio.
Ali cabem não sei se 150 pessoas, 200 pessoas, e querer que 9 pessoas façam
aquilo lá que o Vereador disse que foi feito em termos de manipulação, de falta
de neutralidade, de falta de ética, é realmente não saber o que aconteceu. Não
participou e fica chutando aquilo que
não viu. E fica chutando em pessoas
que não têm nada a ver, pessoas que estavam lá trabalhando, com suas propostas,
apresentando, debatendo e votando conforme a sua consciência e não mandados.
O Vereador não estava aqui na época em
que foi votado este Plano Diretor, eu acho, mas o que ele teria votado? Vamos
ver o que ele vai votar na próxima oportunidade, quando teremos alterações em
votação neste ano no Plano Diretor. E o Ver. Zé Valdir ontem colocou bem claro:
é fácil escrever no jornal contra o Sinduscon, contra a área empresarial...
Vamos ver na hora de votar!
O debate que o Ver. Luiz Braz nos traz eu
acho que é realmente interessante, o quanto, nas nossas divergências, nós
conseguimos uma unidade para a melhoria da Cidade de Porto Alegre, que é o
nosso trabalho, o nosso dia-a-dia tem de ser a Cidade de Porto Alegre. E aí
acho que a gente pode achar uma luz. Mas o primeiro passo para a gente seguir
esse caminho, e é uma coisa que eu reivindico nesta Casa, é que nós temos de
acabar com essa visão que alguns Vereadores têm - não estou dizendo nem que
alguns dos Vereadores aqui presentes hoje sejam defensores dessa posição -, no
sentido de que existem os Vereadores de Oposição e os Vereadores de Situação.
Há alguns Vereadores, não precisamos citar nomes - os Vereadores aqui presentes
sabem muito bem -, que vêm aqui constantemente bater, de uma forma desarvorada
- completamente sem sentido as suas intervenções, em termos políticos - na
Situação, por bater, a exemplo da nota publicada pelo Ver. Sebastião Melo, que
bate em pessoas que estão lá trabalhando.
Então, o primeiro passo que se deve fazer
é este, saber que todos os Partidos querem o melhor para Porto Alegre, cada um
com um projeto diferente, projetos que têm questões ideológicas por trás, e aí,
sim, vamos discutir a ideologia, Ver. Luiz Braz, porque não vamos chegar,
provavelmente, a um consenso, mas algumas coisas a gente até pode achar em
comum. Que realmente o bem da humanidade é a nossa preocupação, isso é, mas tem
de haver alguns pressupostos para se chegar nesse bem da humanidade, Ver. Luiz
Braz, que hoje está defendendo aqui algumas coisas que foram boas no Governo do
Fernando Henrique. Bom, mas foram oito anos, e eu, como servidor público
federal... olhe, foi horrível; o Governo Lula está conseguindo resolver, deu 1%
no ano passado e este ano ainda está em debate lá, parece que a taxa que vem
não vai não satisfazer aos servidores públicos federais. É pouco? É pouco, mas,
pelo menos, tem-se uma perspectiva de que haja alguma reposição. Durante o
Governo Fernando Henrique, não houve reposição.
Então, há alguns pressupostos que se
pode, num debate fraterno, amistoso, fazer para tentar chegar a esse consenso,
que é o que a sociedade, no seu todo, gostaria. A sociedade não gosta de ver
esse debate às vezes muito despolitizado, que se dá quando se bota Oposição
contra Situação e está acabado: “Eu sou Oposição e tudo o que é do Governo eu sou
contra, tudo que é contra o Governo eu sou a favor”. Aí não se abre o debate.
Infelizmente, sabe-se que nesta Casa há colegas Vereadores que se pautam por
essa maneira de agir. Se pudermos fazer - e acho que tivemos um acordo com o
PP, com o PTB, com o PSL, PL, também com o apoio do Ver. Luiz Braz, para a
eleição da Presidência desta Casa - um bloco amplo de discussão política, até
ideológica, que não implique aliança, nós não precisamos sempre viver nesse
clima de que vai haver eleição este ano e só podemos fazer bloco com aqueles
que vão se aliar. Nós podemos abrir blocos para discussão dos grandes problemas
da Cidade sem precisarmos ter de estar amarrados já em alianças. Temos hoje a
situação específica dentro da Administração Popular, os companheiros do PSB
atestam... Nós estamos fazendo de tudo para que se ponha o Deputado Beto
Albuquerque como nosso Vice, achamos que o melhor candidato a nosso Vice é o
Deputado Beto Albuquerque, mas eles estão entendendo que está no momento de
eles terem a candidatura própria. Estamos construindo, continuamos com a Frente
Popular, continuamos com o PSB no Governo e vamos ter, talvez, dois candidatos
defensores da Frente Popular, da Administração Popular. Então, não precisamos
estar só na ótica da eleição para podermos discutir como é que esta Cidade de
Porto Alegre pode ser cada vez mais alegre, mais feliz, mais geradora de
emprego, de renda. Então, toda aquela alegação dos que vêm aqui e dizem que a
Administração Popular não faz nada... Bom, aí, a gente encontra um choque muito
grande, e fica difícil.
O Ver. Luiz Braz, ontem - só para lembrar
-, por exemplo, disse que em Porto Alegre não ocorre nada durante o verão. Nós
temos uma programação super intensa. No último domingo, por exemplo, às 9 horas
da noite, eu estava num evento do encontro da Agenda 21 da Cultura, com um
grande número de pessoas, numa apresentação na UFRGS: primeiro num espaço
aberto, depois fomos para dentro da UFRGS. Está acontecendo, agora, o Fórum
Agenda 21 da Cultura, inclusive a minha idéia era, hoje, informar tudo o que
está acontecendo.
Eu tenho ido - não com a freqüência como
eu gostaria - aos eventos que são feitos pela classe teatral de Porto Alegre. A
gente sabe que o teatro de Porto Alegre é exemplo para o mundo, como o Ói Nóis Aqui Traveiz, que a gente já
homenageou duas vezes no ano passado, mas ainda temos um monte de gente. A
nossa produção intelectual, cultural e teatral é muito forte, e há promoções
todos os anos. Há seis edições, sete edições que estão, no verão, com casa
cheia, pela promoção que é feita.
Então, Porto Alegre tem uma vida ativa,
boa, durante o verão, só que não temos como esconder que 300 mil pessoas, 400
mil pessoas saem de Porto Alegre, e a Cidade sente essa saída. Mas aí não
adianta, é o período em que as pessoas vão para o Litoral, e os comerciantes do
Litoral é que vão reclamar que Porto Alegre está segurando as pessoas em Porto
Alegre. É um momento de menor movimento na Cidade, mas há atividades, e até
podemos debater como melhorar e chamar mais turistas para a Cidade de Porto
Alegre. Mas que tem, tem. Não podemos simplesmente dizer que não há nada.
Obrigado e aceito, então, o debate com o Ver. Luiz Braz nesse sentido.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
Cumpridas as tarefas pertinentes à presente Reunião Ordinária da 4ª Comissão
Representativa, estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se
a Reunião às 11h47min.)
* * * * *